O programa Verde Amarelo lançado pelo Governo Federal no dia 11 de novembro, com intuito de aquecer a geração de empregos entre jovens de 18 a 29 anos, parece que não convenceu muito.
O programa
Chamado de Verde Amarelo, o programa foi apresentado em cerimônia no Palácio do Planalto. O programa propõe reduzir os custos do empregador de 30% a 34%, além da flexibilização de trabalho aos domingos, além de incentivo ao microcrédito e mudanças jurídicas sobre processos trabalhistas.
O Ministério da Economia prevê a geração de 1,8 milhões de empregos até 2022.
Pontos importantes
– O empregador poderá ter 20% dos funcionários contratados pela modalidade, com remuneração equivalente a 1,5 salário mínimo;
– Os contratos nesta modalidade poderão ser realizados até o final de 2022;
– Contratos máximos de 2 anos;
– Os valores referentes as férias e ao 13º serão pagos mensalmente.
Arrecadação do Governo
O governo deixará de arrecadar um total de R$ 10 bilhões em cinco anos. De acordo com Rogério Marinho, esse valor será compensado com as mudanças feitas no seguro-desemprego. Já que as contribuições de 7,5% renderão nos cinco anos R$ 12 bilhões aos cofres públicos.
As empresas terão descontos nos encargos das folhas de pagamento. Por mês, cada trabalhador deixará de contribuir para o Estado o valor de R$ 1.929,37, levando em consideração que o salário médio dele seria de R$ 1.200,00.
Pontos negativos
Um estudo realizado sobre os dados apresentados do programa revela que o Verde Amarelo irá impulsionar a geração de empregos, mas que o número líquido total não deverá corresponder às expectativas.
O aumento tem foco nas contratações com carteira assinada, mas os empregos formais podem ou não apresentar aumento real no total.
Nota técnica
Ao contrário do que anunciou o governo sobre a quantidade de empregos gerados, o programa deverá criar na realidade 271 mil novas vagas e não 1,8 milhões, de acordo com uma nota técnica, em que são levadas em consideração as vagas que estariam disponíveis mesmo sem o programa.
O responsável pela nota técnica, que analisa os impactos da nova medida, é a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
O que dizem especialistas
O programa acerta ao focar nos mais jovens. Dados mostram que a taxa de desocupados entre os mais jovens sempre foi a mais alta, no entanto isso não garante a retomada da criação de empregos.
No segundo semestre deste ano, os números avaliam que brasileiros entre 18 e 24 anos somavam 25% de desempregados nessa faixa etária, para um total de desocupação no país em geral de 12% no mesmo período analisado.
Historicamente, a taxa de desocupação sempre foi mais elevada entre os mais jovens. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, o desemprego entre os brasileiros de 18 a 24 anos era de 25,8%, enquanto a desocupação total do país ficou em 12% no mesmo período.